quarta-feira, 15 de novembro de 2006

*Feriado na Cidade*

(Curitiba, 12 de outubro de 2006)

Hoje amanheceu chovendo.
Aliás, choveu a noite toda, com força, intensamente.
E foi como lavar a cidade inteira e as almas aflitas que se perdem nas noites que antecedem feriados, finais de semana...dias assim, de ócio,
em que muito as aproveitam para se perderem e perderem o próprio tino.
O céu da cidade se abriu e choveu muito, muito.
Amanheceu a cidade com aquele cheiro de chuva que é, ao mesmo tempo, apaixonante e desagradável, porque misturado à poluição – inevitável, apesar de repugnante.
Levei minha filha à rodoviária e o alvoroço estava formado por lá.
Gente se desentendia e se entendia, de novo, naquele louco e alegre entra e sai das plataformas, das lanchonetes... tomei uma média e pão com manteiga para matar minha fome da primeira refeição do dia, indispensável.
Voltei depois dos abraços e beijos e das recomendações de sempre...com a sensação mesma de que ela, puxa!...cresceu.
É fato e imutável.
Pela rua, não muita gente a pé, como eu. Havia algumas daquelas almas às quais me referi...que provavelmente haviam passado a noite em desatino e permaneciam enlouquecidas,exaustas em seu vagar e parecendo verdadeiramente iludidas pela condição de serem melhores e perigosas e rebeldes...ah! rebeldes, hoje?
Não...não há mais bons rebeldes!
Tenho medo de gente que precisa de uma espécie de uniforme pra ser gente.
E, hoje, são assim...gangues uniformizadas para se fortalecerem.
Contra cidadãos comuns. Porque se sentem mais fortes.
Porque lutar por uma causa, isso é o que não fazem!

***

Nenhum comentário: